Seis empréstimos depois, Reginaldo volta ao Flu e se apresenta à torcida
Zagueiro de 24 anos começou na carreira apenas em 2010, já jogou até na Finlândia e tem 1,93m de altura: ''Se a chance surgir, o pessoal vai me conhecer e gostar''
Reginaldo, no canto direito da foto, treinou com os profissionais do Flu algumas vezes em 2012, quando Abel Braga também era o treinador (Foto: Arquivo Pessoal)
Foram seis empréstimos e muitas incertezas. Mas Reginaldo nunca perdeu a esperança. Queria ganhar a chance de fazer parte do elenco profissional do Fluminense. Seria apenas mais um passo ousado em uma carreira meteórica de apenas sete anos no futebol. Em 2010, o menino de então 17 anos iniciou de forma tardia a sua trajetória no mundo da bola. Hoje, aos 24, terminou o Campeonato Brasileiro da Série B como capitão e um dos destaques do Vila Nova. Quatro dias depois do fim da competição, o telefone tocou com a tão esperada notícia.
- Ligaram e pediram para eu me apresentar em janeiro. Fiquei muito feliz com a notícia. Cheguei ao clube em 2011 e sempre tive esse sonho de estar no profissional. Mas não aconteceu rapidamente e comecei a ser emprestado quando estourei a idade de juniores. Me ajudou a amadurecer e entender como é fazer parte de um elenco profissional. Só de ser reintegrado ao elenco do Flu já é uma felicidade grande. Vou estar à disposição no que for preciso - frisou Reginaldo ao GloboEsporte.com direto de Barretos, no interior de São Paulo, onde aproveita as férias.
A temporada 2016 foi especial. O zagueiro de 1,93m disputou 46 jogos pelo Vila Nova, sendo 43 como titular. Nas duas últimas rodadas da Série B, foi até o capitão do time. Contratado junto com o atacante Michael (hoje emprestado ao América-MG) após se destacar na Copa São Paulo de Juniores de 2011 com a camisa do Rio Preto-SP, Reginaldo passou ainda por Resende, PSTC, Esportivo, Metropolitano e jogou até na Finlândia antes de voltar às Laranjeiras.
Um ano antes de chamar a atenção do Flu e reforçar o time de juniores, ele ainda nem tinha experiência em categorias de base. Antes de fazer o teste no Rio Preto, jogava como centroavante. Na peneira, se inscreveu como volante. Só depois acabou na zaga.
- Sempre pensei que para conseguir visibilidade e voltar ao Flu eu precisaria de uma sequência de jogos. Não foi o que aconteceu na maioria dos empréstimos. Na Finlândia (jogou no FF Jaro) até consegui fazer 22 partidas seguidas, mas foi improvisado na lateral direita. Já 2016 foi um ano muito bom e consegui me destacar no Vila Nova. Depois que recebi a chance de ser titular, praticamente não sai mais. Claro que aconteceram turbulências e falhas, mas é diante dos erros que damos a volta por cima e mostramos o nosso potencial - frisou.
Um dos empréstimos de Reginaldo foi para o futebol finlandês, em 2015, para atuar no FF Jaro (Foto: Arquivo Pessoal)
Pelo Flu, Reginaldo tem apenas algumas partidas pelas categorias de base e treinos com o elenco profissional em 2012. Naquela época, curiosamente, o técnico era Abel Braga, o mesmo que o zagueiro vai reencontrar na pré-temporada. Novidade para os tricolores, ele faz questão de se apresentar e garante: precisa de uma chance para agradar.
- Sou um jogador alto, tenho um 1,93m, e também uma boa velocidade. Muitos podem olhar para essa altura e achar que sou lento, mas tenho boa recuperação, tempo de bola, boa marcação... Tanto que no Campeonato Goiano fui um dos que mais fez desarmes e antecipações. Sou um rapaz que não desisto, um jogador trabalhador. Comigo não tem corpo mole e não tiro o pé de divididas. Não faz parte do meu perfil. Nesses empréstimos eu aprendi a não me deixar abater com erros em treinos e jogos. Tenho a cabeça boa. O torcedor não me conhece e não sou de falar muito. Mas se as oportunidades surgirem, o pessoal vai me conhecer e gostar.
Confira outras respostas de Reginaldo:
Retorno
Fiquei muito feliz. Sempre tive essa vontade, esse sonho de chegar ao profissional do Flu desde que fui contratado em 2011. Em 2012, estourei a idade de juniores e tinha esperança de receber uma chance. Não aconteceu. Fui sendo emprestado para ajudar na carreira, para amadurecer. Me ajudou a ver as diferenças entre a base e o profissional, que são muitas. A jogar com atletas de alto nível. Tive uma rodagem boa, peguei bons grupos por onde passei. Em 2016 fiz um ano maravilhoso e sou grato por ter sido um dos destaques do Vila Nova. O primeiro semestre foi bom. No segundo, disputei minha primeira Série B, fiz 30 jogos e marquei dois gols. Só de ser reintegrado ao elenco do Flu já é uma felicidade grande. Vou estar à disposição no que for preciso.
Fiquei muito feliz. Sempre tive essa vontade, esse sonho de chegar ao profissional do Flu desde que fui contratado em 2011. Em 2012, estourei a idade de juniores e tinha esperança de receber uma chance. Não aconteceu. Fui sendo emprestado para ajudar na carreira, para amadurecer. Me ajudou a ver as diferenças entre a base e o profissional, que são muitas. A jogar com atletas de alto nível. Tive uma rodagem boa, peguei bons grupos por onde passei. Em 2016 fiz um ano maravilhoso e sou grato por ter sido um dos destaques do Vila Nova. O primeiro semestre foi bom. No segundo, disputei minha primeira Série B, fiz 30 jogos e marquei dois gols. Só de ser reintegrado ao elenco do Flu já é uma felicidade grande. Vou estar à disposição no que for preciso.
Teve medo disso nunca acontecer?
Eu sempre pensava assim: para a chance aparecer, para ter visibilidade e voltar, eu precisaria de uma sequência. Não foi o que aconteceu nos primeiros empréstimos. Em 2015, na Finlândia, joguei 22 partidas, uma ótima sequência, mas foi na lateral direita que não é a minha posição. Pelo menos ganhei uma função a mais no meu currículo. No Vila Nova, quase não sai mais depois que virei titular. Só por suspensão. Não sofri lesão alguma que pudesse me atrapalhar. Claro que aconteceram falhas, mas diante dos erros é que damos a volta por cima e mostramos o nosso potencial. Os jogadores sempre falavam: o Flu vai te olhar com outro olhos. Sou bem religioso. Se for da vontade de Deus, ficarei grato e farei o possível para corresponder. Quatro dias depois do fim da Série B já me ligaram do Flu pedindo para eu me reapresentar.
Eu sempre pensava assim: para a chance aparecer, para ter visibilidade e voltar, eu precisaria de uma sequência. Não foi o que aconteceu nos primeiros empréstimos. Em 2015, na Finlândia, joguei 22 partidas, uma ótima sequência, mas foi na lateral direita que não é a minha posição. Pelo menos ganhei uma função a mais no meu currículo. No Vila Nova, quase não sai mais depois que virei titular. Só por suspensão. Não sofri lesão alguma que pudesse me atrapalhar. Claro que aconteceram falhas, mas diante dos erros é que damos a volta por cima e mostramos o nosso potencial. Os jogadores sempre falavam: o Flu vai te olhar com outro olhos. Sou bem religioso. Se for da vontade de Deus, ficarei grato e farei o possível para corresponder. Quatro dias depois do fim da Série B já me ligaram do Flu pedindo para eu me reapresentar.
Chegada ao Flu
Foi depois da Copa SP de 2011. Joguei aquele torneio pelo Rio Preto-SP. Praticamente não tive base. Sempre joguei bola desde pequeno, mas comecei a querer seguir essa carreira em 2010. Tinha 17 anos. Fiz o teste e passei. Quando jogava bola, era centroavante. Mas fiz o teste de volante e depois virei zagueiro. Cheguei ao Flu com o Michael, que também era do Rio Preto. Por não ter treinado na base desde o início, as cargas de treinamento no início me trouxeram problemas. Tive lesões que me atrapalharam. Mas o pessoal de Xerém sempre me motivava e acreditava no meu futebol.
Foi depois da Copa SP de 2011. Joguei aquele torneio pelo Rio Preto-SP. Praticamente não tive base. Sempre joguei bola desde pequeno, mas comecei a querer seguir essa carreira em 2010. Tinha 17 anos. Fiz o teste e passei. Quando jogava bola, era centroavante. Mas fiz o teste de volante e depois virei zagueiro. Cheguei ao Flu com o Michael, que também era do Rio Preto. Por não ter treinado na base desde o início, as cargas de treinamento no início me trouxeram problemas. Tive lesões que me atrapalharam. Mas o pessoal de Xerém sempre me motivava e acreditava no meu futebol.
Amigos no Flu
Joguei com o Matheus Carvallho, Elivélton, Eduardo, Higor Leite, Willian... Mas atuei pouco em Xerém. Me lembro apenas de uma sequência, acho que no segundo turno do Carioca de juniores de 2012. Uns sete jogos. Treinei também com os profissionais nas Laranjeiras algumas vezes. O Abel era o treinador. Mas logo começaram os empréstimos.
Joguei com o Matheus Carvallho, Elivélton, Eduardo, Higor Leite, Willian... Mas atuei pouco em Xerém. Me lembro apenas de uma sequência, acho que no segundo turno do Carioca de juniores de 2012. Uns sete jogos. Treinei também com os profissionais nas Laranjeiras algumas vezes. O Abel era o treinador. Mas logo começaram os empréstimos.
Experiência no FF Jaro, da FinlândiaFoi uma experiência maravilhosa de vida. Pude aprender a cultura de um país diferente do nosso. Mas vi que o futebol é igual em todo lugar. De qualquer forma gostei demais. Me agregou muitas coisas. Só tive mais problemas com a língua. Uma vez, estávamos na zona do rebaixamento e o treinador chamou um psicólogo amigo dele que já tinha trabalhado no Bayern de Munique. O cara ia entrevistar todos os jogadores. Logo avisei que meu inglês não estava essas coisas, mas o treinador insistiu. No fundo deu certo, mas eu não entendi várias coisas que o cara falava rápido demais. Só respondia ''Yes'' (risos). Outro dia, sai pra treinar e a porta do meu apartamento tinha que ser fechada com força. Não sabia disso e bati normal. Quando voltei, a porta estava aberta. Entrei correndo achando que tinham roubado tudo. Mas estava tudo no lugar. Se fosse no Brasil, já era (risos).
Oportunidade de trabalhar com Abel
É um sonho. Cheguei na época que ele era o treinador. E sempre tinha jogo-treino com os juniores no dia seguinte aos jogos. Entrei algumas vezes nesse bolo. É uma felicidade muito grande agora poder trabalhar com o Abel. Todos falam que é uma pessoa maravilhosa, um cara que ganha títulos, né?
É um sonho. Cheguei na época que ele era o treinador. E sempre tinha jogo-treino com os juniores no dia seguinte aos jogos. Entrei algumas vezes nesse bolo. É uma felicidade muito grande agora poder trabalhar com o Abel. Todos falam que é uma pessoa maravilhosa, um cara que ganha títulos, né?
Fonte: Globo Esporte
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